Anac restringe operações no Aeroporto de Fernando de Noronha; entenda

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou novas restrições para o Aeroporto de Fernando de Noronha após dois incidentes em que aviões ficaram atolados no pátio em menos de uma semana. Entre as medidas estão a proibição do aumento do número de voos e a presença de mais de uma aeronave simultaneamente no aeroporto. Os problemas ocorreram após o asfalto ceder duas vezes, envolvendo aeronaves da Gol e da Azul, o que levou a Anac e o Ministério de Portos e Aeroportos cobrarem explicações ao Governo de Pernambuco.

Segundo a Anac, a paralisação das obras de recuperação do pátio foi um fator determinante para a adoção das novas medidas cautelares, que visam garantir a segurança operacional e a continuidade do transporte aéreo para a ilha. As restrições foram comunicadas às empresas aéreas, ao operador do aeroporto e ao governo estadual. A agência já havia suspendido uma medida semelhante em março deste ano, que desde 2022 proibia jatos em Noronha, mas os recentes incidentes tornaram necessário reforçar as limitações.

O Governo de Pernambuco informou que as obras de requalificação do aeroporto estão em andamento, com investimento previsto de R$ 60 milhões. Uma nova etapa das intervenções começa na próxima semana, focada no pátio de taxiamento e estacionamento de aeronaves, para aumentar a segurança e a eficiência das operações. A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) considera as restrições da Anac necessárias para permitir que as obras avancem de forma segura e ágil, mantendo diálogo com todos os órgãos envolvidos.

O aeroporto já vinha enfrentando problemas desde 2022, quando a Anac proibiu jatos na pista devido a fissuras. A Gol suspendeu seus voos para a ilha, enquanto a Azul passou a operar com aviões menores, modelo ATR. Em 2023, a Voepass assumiu a rota, também com ATR, mas teve suas operações suspensas nacionalmente em março de 2025. As obras no aeroporto começaram em setembro de 2024, com a primeira etapa — a reforma do eixo central da pista — concluída em março deste ano, permitindo o retorno de aviões de grande porte.