Ministra Carmén Lúcia chama atenção para número de feminicídios no Brasil, no lançamento do Comitê Feminino da FIEPE

Durante o lançamento do Comitê Feminino de Liderança Setorial, da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), nesta segunda-feira (28), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia chamou atenção para os altos números de feminicídio no Brasil. "Estamos numa sociedade que mata uma mulher a cada 6 horas. No Brasil, uma mulher sofre qualquer tipo de violência, de ameaça ou até o feminicídio a cada 20 segundos", afirmou. Ainda segundo a ministra, os números apontam para uma sociedade "doente e cruel que mata pessoas pelo fato de ser essa pessoa". 

Para a ministra, a violência é resultado também da invisibilidade da mulher que ainda persiste na sociedade. "Fomos o tempo todo inviabilizadas, histórica e politicamente. (...) Não precisamos mudar o estereótipo que a gente tem, precisamos ser quem somos, mas lutando pelo espaço que nós queremos”, disse.

A ministra ainda ressaltou desafios que a humanidade enfrenta e deve seguir efrentando atualmente, e que precisam ser considerados por toda a sociedade, que são a crise climática, os impactos das tecnologias sobre as relações humanas e ainda as ameaças às democracias. “Há sempre um tirano à espreita”, lembrou.
 

O lançamento do Comitê Feminino da FIEPE controu ainda com a presença da presidente do Conselho Feminino da FIESP, Marta Lívia Suplicy, do presidente da FIEPE, Bruno Veloso, e também da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que ressaltou a importância da iniciativa no estado. "Queremos ser parceiras deste Comitê, buscando o crescimento do nosso Estado com a inclusão de muito mais mulheres", disse.

Formado por 13 mulheres de diferentes setores econoômicos, o Comitê feminino da FIEPE tem o objetivo de promover mentorias, capacitações e fortalecer a presença feminina na indústria pernambucana. A iniciativa é resultado da adesão do SENAI-PE ao Pacto Global da ONU e à Agenda 2030, com foco no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 — Igualdade de Gênero.